Por Amanda Carvalho
Conheça a história da mulher que entendeu que o inimigo estava ao lado e passarou a viver com mais tranquilidade
Após denunciar o ex-marido, J.M vive tranquila |
"Um dia estava em um barzinho com o meu marido tomando uma cerveja. Estava tudo bem. Fui ao banheiro e na volta passei no balcão para comprar um cigarro. De repente sinto alguém segurando com força meu cabelo. Puxou rápido e me levou ao chão. Era meu marido. Com ciúme mearrastou pelos cabelos pelo barinteiro”. Esse é o depoimento da balconista J. M., 33 anos. Uma dentre tantas mulheres que sofreu muito nas mãos do companheiro até resolver denunciá-lo. Antes disso, passou por maus bocados com aquele que dizia amá-la.
A balconista que preferiu não se identificar, disse que as agressões físicas não precisavam de motivo.
Segundo ela, O.J., 30 anos, era louco e obcecado:“Teve uma vez que ele começou a me chutar no meio da rua. Quando eu vi, juntou uns garotos e começaram a bater nele. Enquanto batiam falaram para ele que era para aprender a nunca mais bater em mulher.Quando conseguimos ir para casa apanhei o dobro, pois meu marido achou que eram meus amantes e que tinha sido tudo combinado”.
Casos de crimes passionais acontecem todos os dias no Brasil e sempre aconteceram.De acordo com a pesquisa ‘MulheresBrasileiras e gênero nos espaços público e privado’, realizada pela Fundação Perseu Abramo, há 10 anos oito mulheres eram agredidas violentamente a cada dois minutos no Brasil. Segundo a pesquisa, hoje em dia cinco mulheres são agredidas a cada dois minutos.
Com a Lei Maria da Penha as mulheres estão criando coragem para denunciar seus agressores.A Lei que foi sancionada em 2006 e que tornou mais severa a penalização contra quem agride mulheres, completou cinco anos em agosto.
A lei define que violência doméstica “é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral e patrimonial à mulher, no âmbito da unidade doméstica
ou familiar, e, também, em qualquer relação íntima de afeto.” De acordo com os números apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 2006 até junho de 2010, foram abertos mais de 300 mil processos, realizadas 9,7 mil prisões em flagrantes e decretadas 1.577 prisões preventivas de agressores em todo o Brasil.
No ano passado foram registradas 11 mil ocorrências nas delegacias do Distrito Federal relacionadas à Lei Maria da Penha. Esse ano o número diminuiu. As ocorrências registradas chegaram a seis mil.
Segundo a advogada Liz Marina, a lei tem grande importânciapara a sociedade:“A Lei Maria da Penha é uma
forma de proteção para as mulheres brasileiras. Ela tem caráter repressivo e além de punir e educar o agressor, também auxilia a vítima e os familiares envolvidos.A cada ano que passa os números
de violência estão caindo e as mulheres estão criando mais coragem de denunciar".