Em busca de melhores empregos, adultos de 25 anos ou mais sonham com o diploma universitário
Por Filipe Marques
Segundo o Censo da Educação Superior de 2009, divulgado neste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cada vez mais adultos com 25 anos ou mais se matriculam em instituições de ensino superior.
É o caso de Alessandra Novaes, 28 anos. Sem conseguir bom emprego, Alessandra, filha de semi-analfabetos, voltou às salas de aula. Sete anos depois de ter concluído o ensino médio, ela realiza o sonho de cursar faculdade.
Apesar de estar empolgada com a vida universitária, Alessandra confessa que precisou enfrentar medos e inseguranças para voltar à sala de aula. “Eu sempre tive vontade, mas eu ficava pensando: ‘Estou velha para fazer faculdade’. Mas, com apoio dos meus pais, eu consegui”, conta.
A especialista em Recursos Humanos Érika Gagliardi dá um conselho para aqueles que, como Alessandra, pensam em fazer uma faculdade, mas ficam receosos por causa da idade. “Nunca é tarde para voltar a estudar. O profissional que batalhou para se aprimorar, desenvolver competências, se sente realizado. Por isso, este trabalhador tende a ser muito mais produtivo e mais valorizado pelas empresas”, aconselha.
Essa valorização do profissional graduado é confirmada pelos números. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), cada ano de estudo acrescenta, em média, 15% a mais no salário. Já um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que o diploma universitário aumenta o salário do trabalhador brasileiro em mais de 100% em relação ao que concluiu apenas o ensino médio.
Com a experiência de quem já organizou vários processos seletivos, Érika Gagliardi reforça a importância da graduação. “Hoje, quem tem apenas o ensino médio está fora do mercado de bons empregos. Uma graduação já é um diferencial. Na verdade, quanto mais estudo, maior será a empregabilidade”, afirma. Porém, a administradora faz uma ressalva. “A graduação está virando um lugar-comum. Hoje, todo mundo tem um diploma. E outra coisa: a graduação deve ser em uma instituição reconhecida”, ensina.