A assessoria da Infraero afirma que planeja investir R$ 5,2 bilhões exclusivamente nos aeroportos das cidades-sede da Copa. “O valor é para atender não apenas a demanda gerada pela Copa, mas também aquela projetada para todo o setor aéreo brasileiro”, completa. Segundo o cronograma da empresa, a maioria dos projetos deve ser concluída até o final de 2013.
Mesmo com obras atrasadas, estatal só usou 2,5% da verba liberada para aeroportos este ano
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Copa 2014
Ex-presidente da empresa reclama de 'excesso de verba' e falta de estrutura
A proximidade da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, parece não assustar a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Problemas como atrasos e estrutura precária ainda fazem parte da rotina de quem precisa da aviação civil no país. Do montante de R$ 2,2 bilhões destinados pelo governo federal para serem investidos no setor neste primeiro bimestre de 2011, somente 2,5% foi utilizado pela empresa. É o que mostra um levantamento do site Contas Abertas, com informações do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
A pesquisa também calculou que, levando em conta uma média anual de investimentos na área, a Infraero já deveria ter utilizado pelo menos 16% da quantia bilionária.
Por meio da assessoria, a Infraero rebateu as informações divulgando que o valor total liberado pelo governo representa um aumento de 68,5%, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os números divulgados pelo Contas Abertas, o valor pago nos primeiros meses deste ano só é superado pelas aplicações de 2007.
Para o ex-presidente da Infraero, Adyr da Silva, a culpa seria o excesso de investimentos por parte do governo. “Hoje a empresa tem mais recursos do que ela consegue gastar. Ainda há muita burocracia que envolve editais, contratos, etc. Temos que ser realistas, o prazo para melhorar o sistema aéreo não é de três anos, pois tudo deve ser finalizado com antecedência, para que possa ser testado”, conta.
A maior dificuldade apontada por Adyr é a falta de uma boa gestão. “Há uma verdadeira 'dança das cadeiras'. Nos últimos dez anos, dez presidentes passaram por lá, e quase todos não eram do ramo. Quando começaram a aprender, tinham que ir embora”, relata.
Além disso, o ex-presidente explica que há falta de estrutura para os funcionários. “Não existe tecnologia apurada como devia, e quando há, existe quantidade, mas não qualidade”, denuncia.
Em andamento
O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, é o que apresenta melhor desempenho nas obras até o momento. As duas frentes de trabalho iniciadas em meados de 2009, deram início a reforma nos dois terminais de passageiro. A obra tem um custo previsto de R$ 687,3 milhões. Segundo o Contas Abertas, deste total, R$ 108,1 milhões já estão contratados e R$ 56,9 milhões foram, de fato, executados.
Em Brasília, para a primeira fase da ampliação do terminal de passageiro e a construção do módulo operacional provisório, conhecido como MOP, estão previstos R$ 11,4 milhões, porém, o Contas Abertas afirma que, até o momento, somente 16% da quantia foi utilizada.
Atualmente, a estatal, que é vinculada ao Ministério da Defesa, administra 67 aeroportos, 69 grupamentos de navegação aérea e 51 unidades técnicas de aeronavegação, além de 34 terminais de logística de carga.