Apenas com o público do Campeonato Brasiliense de Futebol, a reforma do Estádio Mané Garrincha levaria 100 anos para ser paga.
Obras no Estádio Mané Garrincha (Felipe Igreja/Esquina) |
Por Felipe Igreja
Escolhida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para ser uma das sedes da Copa do Mundo em 2014, Brasília está em meio aos preparativos para receber a competição, que chama atenção de todo o planeta. Maior palco do futebol candango, o Estádio Mané Garrincha foi uma das 12 arenas selecionadas para sediar as partidas do mundial.
Inaugurado em 1974, o local precisa de reformas, que devem deixar as arquibancadas com capacidade para 70 mil pessoas. Lotação suficiente para Brasília pleitear ser a sede de abertura da Copa. Entretanto, passado o período do mundial, a nova realidade do Mané Garrincha será o Campeonato Brasiliense, onde os públicos dificilmente ultrapassam os três mil torcedores por partida.
Por conta dessa disparidade entre a futura capacidade do estádio e a média de espectadores nos jogos de futebol aqui no DF, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou, no ano passado, um relatório que indica sério risco do palco candango virar um elefante branco após a disputa da Copa do Mundo. Os números do campeonato local comprovam o temor do Tribunal.
Nos últimos três anos, a maior renda obtida nas partidas do Candangão foi de R$ 95.377,00, para um público de 16.123 pagantes, no duelo entre Gama e Brasiliense, no dia 1º de fevereiro de 2009. Na melhor das hipóteses, se a renda desse jogo fosse repetida em todo o restante do torneio local – 70 jogos – o novo Mané Garrincha, com custo estimado em R$ 670 milhões, seria pago em 100 anos.