Cidades do DF e do entorno também sofrem com aumentos, mas ainda são alternativas
Por Isa Stacciarini
O Plano Piloto, somado aos Lagos Norte e Sul, figura nos noticiários nacionais como um dos locais mais caros para se viver. Para buscar um alívio no bolso, os brasilienses se afastam cada vez mais do centro da capital, fugindo da inflação nos preços dos imóveis. De acordo com levantamento do Sindicado da Habilitação do Distrito Federal (Secovi-DF), a diferença do metro quadrado em apartamento de dois ou três quartos em outras cidades do DF, se comparado ao Plano Piloto, pode passar de 100%.
O Plano Piloto, somado aos Lagos Norte e Sul, figura nos noticiários nacionais como um dos locais mais caros para se viver. Para buscar um alívio no bolso, os brasilienses se afastam cada vez mais do centro da capital, fugindo da inflação nos preços dos imóveis. De acordo com levantamento do Sindicado da Habilitação do Distrito Federal (Secovi-DF), a diferença do metro quadrado em apartamento de dois ou três quartos em outras cidades do DF, se comparado ao Plano Piloto, pode passar de 100%.
Apesar da divergência no valor do metro quadrado, o especialista Wires Costa explica que os imóveis mais afastados da cidade também estão sofrendo uma constante elevação dos valores, mas, mesmo com as altas taxas, o economista observa que ainda levariam “muitos anos” para as os preços se igualarem. “Em Águas Claras pode não demorar muito, mas em cidades mais longes, onde o preço sobe em velocidade menor, levaria muito tempo”, constata. O também economista Adolfo Sachsida explica que seriam necessários ao menos 20 anos para o nivelamento ocorrer. “Isso não parece ser possível hoje. Enquanto a estrutura federal estiver no Plano Piloto, o preço dos apartamentos tende a subir naquela região”, completa.
Por conta da procura, quem se assusta com as altas taxas e decide esperar por um momento melhor para efetuar a compra pode correr riscos. É o caso da telefonista Denice da Silva, 22 anos. A um passo do altar, ela e o futuro marido ainda não têm casa própria. O casal preferiu aguardar a melhor oferta e, hoje, o dinheiro não é suficiente para adquirir o imóvel que desejavam no Paranoá, de R$ 80 mil. “Há quase um ano a mesma casa custava cerca de R$ 70 mil”, observa.
A turismóloga recém-casada Ellen Silva, 27 anos, mora em apartamento alugado no Guará há quatro meses. Ela sonha com a casa própria, mesmo que para isso seja necessário se mudar para cidades mais distantes. “No momento estou priorizando preços mais acessíveis”, diz. Ellen explica que vem acompanhando a escalada dos preços nos últimos anos. “O imóvel de um quarto no Guará estava no valor de R$ 120 mil e hoje chega a custar até R$ 150 mil”, afirma.
Para o especialista Adolfo, três fatores contribuem para o aumento excessivo no preço de apartamentos e casas no DF: “Um dos principais motivos é a facilidade da compra pelo plano ‘Minha Casa, Minha Vida’. Além disso, a expansão do crédito imobiliário e o aumento do salário do funcionalismo público elevam o preço dos imóveis”, explica.